Não é o êxtase emocional que nos favorece a
receber o poder ou a presença do Espírito Santo. Na verdade, no conflito do
Carmelo, não é Deus quem faz uso desta ferramenta. Perceba que Elias, ao
contrário dos profetas de Baal, recebeu a atenção de Deus apenas por uma
simples, solene e reverente oração. É importante entender que, solenidade ou
reverência não significa ser mórbido, indiferente ou mesmo sem vida e ânimo.
Vários dicionários apresentam que, solenidade tem haver com celebração
suntuosa, algo feito com aparência nobre, majestoso, que denota importância,
seriedade cujo tom é enfático que infunde imponência e beleza. Portanto, no
culto ou celebração, não é o barulho que vai gerar o poder na vida do converso,
mas, uma vida de submissão e solenidade diante de Deus. Outro fato perigoso de
ser confundido é estimulação de emoção. A verdadeira emoção não tem nada haver
com estimulação. Infelizmente, muitos, estão meramente sendo estimulados ao
invés de serem saudavelmente emocionados. Por este motivo é que a procura tem
sido alta, por um culto mais eletrizante, sensacional e de músicas cada vez
mais estimulantes. A emoção se satisfaz com a solenidade, mas, a estimulação
sempre desejará uma dose a mais. a advertência que temos é que Satanás pretende
introduzir nas experiências cristãs um excitamento emocional como meio de
impedir o verdadeiro reavivamento ( O Grande Conflito, p. 464), e que não
devemos nos deixar ser controlados “pelos sentimentos. Todos os que trabalham
na vinha do Senhor devem aprender que sentimento não é fé. Estar sempre em
estado de emoção, não é exigido. Exige-se, porém, que tenhamos firme fé na
Palavra de Deus, como sendo a carne e o sangue de Cristo.” ( Evangelismo, p.
138).
A maior diferença entre verdadeira e falsa
adoração é que a primeira se baseia na vontade de Deus em detrimento da vontade
e determinações humanas. Reflita profundamente, o que teria acontecido se
Moisés tivesse se recusado a retirar as sandálias e entrado na presença do
Senhor com elas nos pés? O que teria acontecido se o povo de Israel, ali no
Egito, não tivesse passado o sangue nos umbrais? O que teria acontecido caso o
povo tivesse se recusado a erigir o santuário de acordo com o modelo que fora
mostrado? E se Naamã não tivesse entrado sete vezes no Jordão? E se o povo não
tivesse rodeado os muros de Jericó sete vezes? E se o exército de Jeosafá não
tivesse apenas permanecido em posição de guerra durante toda a batalha contra
os filhos de Moabe, e os filhos de Amom no deserto de Jeruel? Percebe? Nossa
vontade, sabedoria, gostos e convicções devem ser subordinados inteiramente à
vontade de Deus. A oferta de Caim expressa bem esta verdade, pois, “Caim
representa aqueles que observam os princípios e as obras de Satanás, ao adorar
a Deus à sua maneira, conforme a própria escolha” (Perto do Céu [MM 2013], p.
192). Portanto, a guerra do monte Carmelo, é um espelho da guerra que
enfrentamos em nossos dias e que em breve será potencializada. A verdade de
Deus contra a verdade dos homens; a Vontade de Deus, contra a vontade dos
homens; e o culto de Deus contra o culto dos homens. É importante compreender
que todos nós somos alvos da falsa adoração, seja ela na vida prática ou nos
conceitos internos controlado, às vezes, por nossos gostos e convicções
pessoais. A revelação que temos é que devemos “advertir nosso povo contra a
falsa santificação moderna, que tem sua origem na adoração da vontade, e não na
submissão à vontade de Deus. Esse erro está rapidamente inundando o mundo, e,
como testemunhas de Deus, seremos convidados a dar decidido testemunho contra
ele. É um dos maiores enganos dos últimos dias e constituirá uma tentação para
todos os que crêem na verdade presente. Aqueles cuja fé não está firmemente
estabelecida sobre a Palavra de Deus serão enganados. E a parte mais triste de
tudo isso é que bem poucos dos que são enganados por esse erro encontram
novamente o caminho para a luz” ( Fé e Obras, p. 51).
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