Quando, pois, virdes que a abominação
da desolação, de que falou o profeta Daniel, está
no lugar santo; quem lê, entenda; Então, os que estiverem na Judéia, fujam para
os montes; E quem estiver sobre o telhado não desça a tirar alguma coisa de sua
casa; E quem estiver no campo não volte atrás a buscar as suas vestes. Mas ai
das grávidas e das que amamentarem naqueles dias! E orai para que a vossa fuga
não aconteça no inverno nem no sábado; Porque haverá então grande aflição, como
nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem tampouco há de haver. E,
se aqueles dias não fossem abreviados, nenhuma carne se salvaria; mas por causa
dos escolhidos serão abreviados aqueles dias. (Mateus 24:15-22)
As frases "abominação da desolação" ou
"abominação desoladora" são encontradas tanto no Velho quanto no Novo
Testamentos. No Velho Testamento são encontradas em Daniel 11:31 e 12:11. No
Novo Testamento acham-se em Mateus 24:15 e Marcos 13:14. Primeiro, consideremos
o significado delas para ver que tipo de abominação que traz a desolação.
No Velho Testamento a palavra hebraica para "abominação"
éshiqquts, que significa "idólatra ou um ídolo, abominável, imundo".
No Novo Testamento a palavra grega para "abominação" é bdelugma,
que significa "idólatra". Ambos esses significados se aplicam
à idolatria. Mas que tipo de idolatria está sendo aqui indicado? Para isso
precisamos procurar no Velho Testamento pela palavra shiqquts e então
saberemos que tipo de idolatria é.
Podemos encontrá-la sendo empregada em 1 Reis 11:5-7 e 2
Reis 23:13. Ali se diz que Salomão adorava Astarote, a abominação dos sidônios,
e Milcom, a abominação dos amonitas, e Camós, a abominação de Moabe. A Sra.
White declara que o povo escolhido de Deus é considerado o Seu moderno
Israel.Testimonies, vol. 2, p. 109.5. Mas qual é o significado para nós, como
moderno Israel de Deus, desses deuses que Salomão adorava -- nós, o Seu povo
adventista do sétimo dia? Primeiro, avaliemos esses falsos deuses e o que eles
representam.
A deusa Astarote simboliza a lua (PP, 487).
O deus Milcon ou Moloque simboliza a estrela (ver Amós 5:26;
Atos 7:43). O deus Camós simboliza o sol (a palavra hebraica
para sol é kammath). Assim, vemos que esses deuses simbolizam o sol, a lua
e as estrelas. Nos tempos antigos o sol representava Ninrode, a lua
representava Semíramis, sua esposa, e a estrela representava Tamuz, seu filho.
Esses constituíam a trindade pagã. Os três símbolos também representam o culto
de baal. Os sacerdotes de baal sacrificavam ao sol, lua e estrelas (ver Testimonies,
vol. 3, p. 263.2). Deus havia advertido Israel para não adorar o sol, a lua ou
as estrelas (Deut. 4:15-20; 17:2- 5), mas Israel recusou escutar e uniu-se a
baal (Juízes 10:6,10; 2 Reis 23:4-5). Salomão negligenciou as advertências de
Deus e conduziu Israel à adoração do sol, lua e estrelas, e isso constituía o
culto a baal. Assim, a palavra "abominação" significa idolatria,
porém mais corretamente, adoração a baal. Que significado tem a
adoração de baal para nós?
O principal símbolo do culto a baal é o sol (ver O
Grande Conflito, p. 583.9). O culto ao sol tem existido desde o tempo de
Ninrode. O principal dia de adoração do sol é o domingo, ou o dia de baal--o dia do sol (ver The
Antichrist 666 [O Anticristo 666], pelos Reparadores de Brecha, p. 48).
Lemos que Salomão, o rei de Israel, adorava a baal e ao sol. Ele foi o mais
sábio rei que já viveu sobre a Terra antes de Cristo e, contudo, Salomão caiu
em idolatria. A indagação que precisamos levantar é como ele caiu em idolatria
e sob que circunstâncias? A Sra. White declara:
"Enquanto Salomão exaltava a lei do céu, Deus estava
com ele, e sabedoria lhe foi concedida para governar Israel com imparcialidade
e misericórdia". "Mas após uma manhã de grande promessa, sua vida foi
obscurecida pela apostasia. . ."Aquele que havia levado outros a
atribuírem honra ao Deus de Israel volveu-se da adoração a YAHUH para
inclinar-se perante os ídolos dos pagãos". "Ao buscar fortalecer suas
relações com o poderoso reino situado ao sul de Israel (Egito), Salomão
aventurou-se em terreno proibido". "Mas
ao formar uma aliança com uma nação pagã Salomão desconsiderou rudemente a
sábia provisão que Deus havia feito para manter a pureza do Seu povo. Salomão
tinha começado a perder de vista a Fonte de seu poder e glória. Na medida em
que a inclinação ganhava predomínio sobre a razão, a confiança própria
aumentava, e ele buscava levar adiante o propósito de Deus à sua própria
maneira . . . entrou em aliança não santificada com nação após nação".
"Os mandamentos de YAHUH foram postos de parte pelos costumes dos povos
vizinhos". "Tão gradual foi a apostasia de Salomão que
antes que percebesse, havia se desviado para longe de Deus. Quase
imperceptivelmente ele começou a confiar menos e menos na direção e bênção
divina, e a depositar confiança em sua própria força. Pouco a pouco ele desviou
de Deus aquela obediência inabalável que devia fazer de Israel um povo peculiar,
e conformou-se mais e mais intimamente com os costumes das nações
circunvizinhas". "O dinheiro que devia ter sido mantido em sagrado
depósito para o benefício dos pobres dignos e para a extensão dos
princípios do santo viver por todo o mundo, foi egoisticamente
absorvido em projetos ambiciosos. . . O rei passou por alto a necessidade
de adquirir beleza e perfeição de caráter". "Mais e mais o rei chegou a
considerar o luxo, a indulgência própria e o favor do mundo como indicações de
grandeza. Belas e atraentes mulheres foram trazidas do Egito, Fenícia, Edom,
Moabe, e muitos outros lugares... A religião delas era o culto de ídolos...
Suas esposas exerceram poderosa influência sobre ele e gradualmente o
convenceram a unir-se-lhes em sua adoração. Salomão havia desconsiderado a
instrução que Deus lhe dera para servir como barreira contra a apostasia, e
agora ele próprio se entregou à adoração dos deuses falsos. "O curso de ação de Salomão
trouxe consigo penalidade certa. Sua
separação de Deus por meio de comunicação com os idólatras foi a sua ruína.
Ao pôr de lado a sua aliança para com Deus, perdeu o domínio de si mesmo. Sua
eficiência moral dissipou-se. . . . Ele confundiu licenciosidade com liberdade.
Tentou--mas a que custo!--unir a luz com as trevas, o bem com o mal, a
pureza com a impureza, Cristo com belial... Deus pode fazer muito pouco
pelos homens que perdem o seu senso de dependência Dele". "Durante esses anos de apostasia,
o declínio espiritual de Israel progrediu fortemente. Como poderia ser doutra
maneira, quando o seu rei havia unido os seus interesses com as
agências satânicas? Mediante essas agências o inimigo operou para confundir as
mentes dos israelitas com respeito à verdadeira e falsa adoração, e eles se
tornaram presa fácil". "Ao recusarem seguir o caminho da obediência,
transferiram sua aliança para o inimigo da justiça. . . Os israelitas rapidamente perderam
sua repulsa pela adoração de ídolos". Profetas e Reis, p. 51-59.
Isso realmente aconteceu com o antigo Israel e seu mais
sábio rei. Poderia isto também acontecer com a nossa Igreja Adventista do
Sétimo Dia -- o moderno Israel de Deus? A Sra. White declara:
"Há uma lição para nós na história de Salomão. . . Ele
poderia ter ido de força em força, de caráter a caráter, sempre se aproximando
mais e mais da semelhança com o caráter de Deus, mas quão triste é a sua
história; ele foi elevado às mais sagradas posições de confiança, mas
provou-se infiel". "A associação com os idólatras corrompeu a
sua fé; um passo em falso conduz a outro; houve uma derribada das barreiras
que Deus erigiu para a segurança de Seu povo; sua vida estava corrompida e
finalmente ele entregou-se ao culto de falsos deuses". "Oh, como pode Deus suportar as
más ações daqueles que receberam grande luz e vantagens, e ainda seguem o curso
de ação de sua própria escolha para a perdição eterna! Salomão escolheu o seu
próprio caminho, e em seu coração separou-se de Deus . . . e
Salomão desonrou-se, desonrou a Israel, e desonrou a Deus". "Olhando esse quadro, vemos no
que se tornam os seres humanos quando se aventuram a separar-se de Deus. Um
passo em falso prepara o caminho para outro, e cada passo é dado mais
facilmente do que o anterior. Assim as almas são encontradas seguindo
após outro líder que não a Cristo". "Todos
quantos ocupam posições em nossas instituições serão provados. Se eles
fizerem de Cristo o seu padrão, Ele lhes dará sabedoria e conhecimento e
entendimento; crescerão em graça e aptidão no caminho de Cristo; o seu caráter
será moldado segundo a Sua semelhança. Se eles falharem em
seguir o caminho do Senhor, outro espírito controlará a mente e o juízo,
e eles planejarão sem o Senhor e seguirão o seu próprio curso, e deixarão as
posições que têm ocupado. A luz lhes foi dada; se eles dela se
desviarem, que nenhum homem lhes ofereça um engodo para induzi-los
a permanecer. Eles serão um estorvo e ardil". Testimonies, vol.
7, pp. 217-219.
Ela também declara: "Que
a triste lembrança da apostasia de Salomão sirva de advertência a cada alma
para evitar o mesmo precipício. A fraqueza e pecado dele são passados
de geração a geração. --S.D.A.Bible Commentary, vol. 2, pp. 1031.6.
Diz ela que todos em nossas instituições
adventistas do sétimo dia, em posições de autoridade, serão testados e
provados, e que as mesmas fraquezas e pecados da apostasia de Salomão são
transferidos a todos. O que aconteceria se nossa liderança adventista do sétimo
dia se demonstrasse infiel e seguisse a apostasia de Salomão? Ela afirma:
"O castiçal foi removido de seu lugar quando Salomão se
esqueceu de Deus. Ele perdeu a luz de Deus, perdeu a sabedoria de Deus, ele
confundiu a idolatria com religião". -- S.D.A. Bible Commentary,
vol. 2, p. 1032.7.
Assim, será que nossos líderes adventistas do sétimo dia
fariam o mesmo?
Como temos descoberto, o sol, a lua e as estrelas eram
adorados por Salomão e Israel. Esses três símbolos constituem o culto a baal. O
principal símbolo no culto de baal é o sol, e o dia de culto de baal é o
domingo, o dia de baal.
Também descobrimos que a palavra "abominação" de
Daniel, Mateus e Marcos significa idolatria ou, mais corretamente, culto a baal
ou, ainda mais corretamente, culto
do domingo. Agora, consideremos o sentido das palavras "desolar"
ou "desolação" no Velho e Novo Testamentos.
A palavra hebraica para "desolar" em Daniel 11:31,
12:11 éshamem, que significa "assustar, atemorizar, destruir, devastar,
desolar". A palavra grega para "desolação" em Mateus 24:15
éeremosis, que significa "despojamento" ou "desolação". A
palavra "desolação" em Marcos 13:14 é a palavra hebraica shimamah,
que significa "devastação, assombro, desolação".
Reunindo todos esses significados, chegamos ao correto
sentido da palavra "desolação". Significa algo ou algum evento que
tem lugar, o qual primeiramente causa assombro, depois algo que é despojado,
ocorrendo a seguir destruição, devastação e desolação.
Quais foram as palavras de Cristo a Seus verdadeiros
seguidores? "Quando pois virdes que a abominação da desolação, de que
falou o profeta Daniel, está no lugar santo; quem lê, atenda; então, os que
estiverem na Judéia fujam para os montes". Mateus 24:15-16. Em Marcos 13:14
Ele declara: ". . . estar onde não deve estar". Em Lucas 21:21 Ele
diz: "Então os que estiverem na Judéia, fujam para os montes; os que
estiverem no meio da cidade (Jerusalém), saiam; e, os que nos campos, não
entrem nela. Porque dias de vingança são estes".
Ao juntarmos estes textos temos um quadro mais perfeito das
palavras de Cristo. Ele disse que quando a abominação da desolação estivesse
onde não deveria estar, no lugar santo, então que os Seus seguidores que
estivessem em Jerusalém e Judéia saíssem e fugissem para as montanhas, e que
ninguém entrasse de volta ali. Pois aqueles serão dias de vingança. Essas são
palavras fortes de advertência de nosso Salvador, e somente os seguidores de
Jesus escaparam antes que Jerusalém fosse destruída.
Com base na história sabemos que Jerusalém foi destruída em
70 A.D., mas a abominação da desolação ocorreu em 66 A.D. (verS.D.A. Bible
Commentary, vol. 5, p. 74.7). Não houve desculpa para qualquer dos seguidores
de Cristo ser destruído quando Jerusalém caiu. As únicas pessoas destruídas
foram aquelas que escolheram não atentar às advertências de Cristo, mas que
permaneceram em Jerusalém. Foi somente pela misericórdia de Deus que a
destruição de Jerusalém não ocorreu mais cedo. As advertências de Cristo foram extremamente importantes
-- delas dependendo a vida de Seus seguidores naquela ocasião, mas pode ser tão
importante aos seguidores de Cristo agora? Irão a abominação e a desolação que
se segue ocorrer novamente, em nosso tempo? SIM! A Sra. White
declara:
"Cristo apresentou perante eles um esboço dos
acontecimentos relevantes que se dariam antes do fim do tempo. Suas
palavras não foram então plenamente compreendidas; mas o seu significado
deveria ser revelado na medida em que o Seu povo necessitasse
da instrução dada. A profecia que ele anunciou tinha sentido duplo: enquanto
predizia a destruição de Jerusalém, prefigurava também os terrores do último
grande dia". "Jesus
declarou aos atentos discípulos os juízos que recairiam sobre o Israel
apóstata, e especialmente a vingança retributiva que sobreviria sobre eles
devido a sua rejeição e crucifixão do Messias. Sinais inegáveis precederiam o
terrível clímax. A temível hora chegaria súbita e rapidamente. . . Quando
os estandartes idólatras dos romanos fossem implantados sobre o terreno sagrado,
que se estendia alguns metros fora dos muros da cidade, então os seguidores de
Cristo deveriam achar segurança na fuga. Quando o sinal de advertência fosse
visto, o juízo haveria de seguir-se tão depressa que aqueles que
quisessem escapar não poderiam atrasar-se. Por toda a terra da Judéia, bem
como na própria Jerusalém, o sinal para a fuga deve ser imediatamente
obedecido. . . Eles não devem hesitar um momento sequer, para que não
fiquem envolvidos na destruição geral". O Conflito dos Séculos,
pp. 25-26.
O sinal para a fuga era o padrão, ou estandarte, idólatra de
Roma no lugar santo. As palavras de advertência de Cristo também se aplicam a
nós -- o Seu moderno Israel. Qual é o padrão romano idólatra ou seu estandarte
hoje? é o culto dominical. E qual é a abominação da desolação? É
também o culto dominical.
Tal como a abominação da desolação foi estabelecida num lugar santo de
Jerusalém, poderia a abominação da desolação ser estabelecida num lugar santo
de nossa Igreja Adventista do Sétimo Dia? Poderia Jerusalém antiga ser uma
representação de nossa igreja agora? Poderia nossa igreja repetir os mesmos
pecados de Jerusalém que acarretaram a sua destruição? A Sra. White afirma:
"Jerusalém é uma representação do que a igreja será se
recusar caminhar na luz que Deus concedeu". "Por rejeitar as
advertências divinas nos nossos dias, os homens estão repetindo os pecados de Jerusalém". Testimonies,
vol. 8, p. 67-68.
Se nossa igreja repetir os mesmos pecados de Salomão, por
não seguir as advertências e conselhos de Deus, então confundirá
idolatria com religião e se repetir os mesmos pecados de Jerusalém,
recusando caminhar na verdade de Deus e rejeitando Suas advertências, então a
abominação da desolação, que é o culto
dominical, ocorrerá no lugar santo de nossa Igreja Adventista do Sétimo
Dia. Se isso ocorrer, então todos os verdadeiros seguidores de Cristo recebem
Dele a ordem de fugir da estrutura da igreja. Poderia nossa Igreja Adventista
do Sétimo Dia cair como caiu Jerusalém? A Sra. White diz:
"Mas o Israel de nosso tempo tem a mesma tentação de
fazer pouco caso e aborrecer o conselho a exemplo do antigo Israel".
"A negligência em arrepender-se e obedecer a Sua palavra trará conseqüências tão sérias sobre o
povo de Deus hoje como o mesmo pecado provocou ao antigo Israel. Há um limite
além do qual Ele não mais retardará os Seus juízos. A
desolação de Jerusalém permanece como uma solene advertência
perante os olhos do moderno Israel, de que as correções dadas mediante os
Seus instrumentos escolhidos não podem ser desconsideradas com impunidade". Testimonies,
vol. 4, pp. 165-167.
Ela também afirma: "Se eles continuarem a desconsiderar
as reprovações que Ele lhes envia, e agirem contrariamente a Sua declarada
vontade, a ruína se seguirá; pois o povo de Deus é mantido em
prosperidade somente por Sua misericórdia, mediante o cuidado
de Seus mensageiros. Ele não susterá e guardará um povo que
desconsidera os Seus conselhos e despreza as suas reprovações". Testimonies,
vol. 4, p. 176.2.
A grande pergunta que deve ser formulada: Está a Igreja
Adventista do Sétimo Dia seguindo a Cristo e Seus ensinos, ou está rejeitando a
verdade e seguindo pelo mesmo caminho de Salomão e Jerusalém o caminho da
ruína e da destruição?
"O Senhor declarou que a história passada se repetirá ao nos aproximarmos do encerramento da
obra". Mensagens Escolhidas, livro 2, p. 390.3.
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